O que é o erro? Talvez seja aquilo que todos nós temos medo de revelar que já fizemos e que nos arrependemos, ou ainda, aquilo que enxergamos com facilidade no outro, mas que teima em se esconder em nós mesmos. Isso é na representação do erro para o cérebro humano!

Na Educação isso não é muito diferente. Geralmente, o erro é visto como algo menor, que só é admitido pelos fracos e motivo de descaso daqueles vistos como os mais “inteligentinhos”. Mas na verdade todos nós erramos, o que vai variar é a frequência.

Como a administração do erro pode melhorar o desempenho das aulas

Quando aprendemos algo novo e precisamos treinar essa nova aprendizagem por algum tempo, estamos na verdade lapidando uma nova habilidade adquirida, como por exemplo, uma nova operação matemática. No começo o raciocínio é lento, são várias etapas, que aos poucos vão fazendo algum sentido e então, ficamos mais hábeis no novo cálculo. Após dominar as habilidades necessárias para a resolução da nova operação matemática, somos capazes de resolvê-la automaticamente, tendo esse procedimento sido transportado para a região do cerebelo humano, responsável por automatizar, corrigir e organizar a execução dos movimentos, é o modo operante do circuito montado e treinado anteriormente, o cerebelo é o responsável pelo que chamamos de competência. Nele existem vários circuitos prontos para diversos movimentos humanos, tendo a intenção de sempre automatizar o circuito correto, que dará conta da intenção inicial do movimento.

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Um bom exemplo disso é quando aprendemos a letra de uma música, ou sua partitura, com algum erro na letra ou na sua sequência e sem perceber, cantamos ou tocamos dessa forma por muito tempo. Quando por algum motivo descobrimos o erro e corrigimos, somos frequentemente pegos pelo erro todas as vezes que fazemos a sequência distraidamente, de forma automática. O cerebelo já automatizou a sequência anterior e a reproduzirá sempre que você a repetir automaticamente.O problema está na possibilidade de não detectar o erro para o cérebro humano, em não corrigir de imediato o procedimento equivocado. Nesse caso, o cerebelo poderá entender que aquele pequeno erro sequencial faz parte do todo e automatizá-lo de forma errada. Ocorrido isso, o sujeito estará pronto para reproduzir por um longo tempo uma sequência composta por erros, sem perceber o engano cometido. O faz como se estivesse executando a sequência correta.

O papel do Professor(a) e o perigo automatização do erro para o cérebro humano(a)

Consciente do perigo da automatização do erro, cabe ao professor corrigir de forma pontual os erros cometidos pelos alunos, para que não sejam automatizados e comprometam a aprendizagem de novas sequencias, que dependerão da correta organização e execução da anterior. No caso do ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, dois dos principais pilares educacionais, o erro pode representar uma onda de outros erros ainda maiores e comprometer de vez a aprendizagem do todo, prejudicando drasticamente o trabalho desenvolvido por outras áreas de conhecimento.

Errar é humano, mas persistir no erro, é transformá-lo perigosamente em uma verdade.

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