Esta nova ciência chega trazendo uma informação fundamental para a Educação: como ocorre a aprendizagem dentro do Sistema Nervoso Central Humano.
Trata-se de uma ciência nova, que ganhou força com as novas tecnologias de imagem cerebral, que permitiram a visualização de atividade cognitiva no interior do encéfalo humano. Tem como objetivo, explicar como a aprendizagem e a consciência humana nascem da atividade cerebral.
Saber como a cognição humana ocorre é adquirir o poder de escolha entre o tão amplo leque de metodologias educacionais, por vezes embrulhadas em pacotes vendidos como milagrosos e já em combos, denominados por métodos de ensino, com os mais variados nomes e apresentando nos combos: formação para os professores, material didático, modelos avaliativos, participação em avaliações externas ranqueadas por regiões e mais alguns itens que fazem dos métodos quase amuletos da sorte e colocam o professor como meros executores de métodos pensados por pessoas estranhas ao seu meio.
Se apropriar do conhecimento trazido pela Neurociência é devolver ao professor seu protagonismo, o poder de escolha, a segurança de trilhar seu próprio caminho educacional em conjunto com seus alunos, afinal, ele saberá quais meios e estímulos usar para conseguir uma aprendizagem de sucesso, terá identificado enfim como o encéfalo aprende.
Para a Neurociência o conhecimento se dá através das conexões neurais, que ao acessarem os conhecimentos já armazenados no encéfalo, criam novas conexões, novas aprendizagens, com sentido para o sujeito e então, se consolidando na memória, se transformando em aprendizagem. Após essas conexões serem por um tempo muito acessadas, se consolidam no encéfalo e se automatizam, atingindo níveis de proficiência e se tornando competências.
Saber como tudo isso ocorre, que é um processo individual, pelo fato de cada um perceber a realidade e as informações de um jeito próprio, de acordo com a sua aprendizagem anterior, conforme as conexões neurais já realizadas, enriquece a Educação enquanto ciência, atribuindo-lhe um fôlego novo diante dos novos enfrentamentos do mundo moderno.
É preciso respeitar a maneira como cada um aprende e se utilizar dos estímulos corretos a cada situação de aprendizagem e a Neurociência pode instrumentalizar o professor nessa nobre tarefa, basta a Educação se unir a essa nova ciência e juntas, resgatarem a aprendizagem enquanto processo humano, formador do Sujeito-aluno e do Sujeito-professor.
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Roberta Bocchi
Atualmente é pesquisadora e estudiosa da área de Neurociência aplicada à Educação pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo. Trabalha como Supervisora de Ensino efetiva da Rede de Educação Básica do Estado de São Paulo, onde também desenvolve pesquisas na área de Financiamento Público Educacional, Gestão Escolar e Currículo.
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