Neurociência e corrupção: o cérebro no centro da questão

Você pode ouvir o artigo. Aperte o Play!

A corrupção é fruto de uma disposição cerebral humana?

No ano de 2019, publiquei um livro intitulado Há corrupção na Educação? Relatos daqueles que vivem essa realidade no chão da escola pública brasileira (BOCCHI, 2019)[1], resultado de minha pesquisa de Doutorado sobre o mesmo tema, desenvolvida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), durante quatro anos. Na época, constatei que havia uma cultura estabelecida de apropriação privada dos recursos públicos arraigada no país. Salientei que a invisibilidade dessa rede de corrupção se instalava e se fortalecia na atitude de consentimento dos envolvidos, mesmo não concordando inteiramente. Faziam-se de cegos, suspeitavam ou até mesmo presenciavam, mas com a cultura do “abafa”, deixavam-se vencer. Quem via, não denunciava; quem ouvia, fazia-se de surdo; quem falava, desmentia depois. O medo mesclava-se à covardia, e o mais forte vencia.

Passados dois anos da publicação de meu livro, pouca coisa mudou no cenário brasileiro; a corrupção continua presente, os envolvidos parecem continuar consentindo, mesmo parecendo não concordar. O medo continua a misturar-se com a covardia, e a lei do mais forte continua a prevalecer. Assim sendo, é urgente desenvolver pesquisas com bases científicas que procurem caminhos reflexivos para essa prática centenária, para testar hipóteses, comparar possibilidades e provocar um amplo e profundo processo cognitivo sobre a questão.

Qual a relação entre cérebro e corrupção?

Diante dessa situação, convido você, leitor ou leitora, para embarcar comigo em mais uma viagem cognitiva, só que desta vez com foco nos possíveis fatores mentais que podem impulsionar uma ação corrupta, considerando, para isso, o desenvolvimento cerebral e a sua influência no comportamento humano.

Será que todo ato corrupto é aprendido ou será apenas fruto da genética humana?  Talvez nenhum indivíduo nasça corrupto ou predisposto ao cometimento do delito, mas apenas aprenda com as pessoas, geralmente, as mais próximas. Será?

Estas e outras questões serão discutidas no meu mais novo livro, com lançamento programado ainda para este mês.

Quer saber mais?

Siga nossas Redes Sociais, saiba de tudo e ainda receba mais conteúdos diariamente.