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Como será sua vida diante do “novo normal”?
Todos os que estão vivendo este momento de pandemia e de alguma forma estão sendo influenciados pela nova rotina de distanciamento social, pelo uso de equipamentos de proteção individual, pelo teletrabalho, por diversas perdas, pelo medo ou que viveram o luto pela ausência de pessoas próximas, estão tendo marcadores cerebrais importantes cravados na memória, que de alguma forma, influenciarão sua vivência humana na terra a partir de agora. Memórias individuais e coletivas se entrelaçarão e serão em breve registradas em livros de história, mas nós, vivemos essa história, e essa experiência estará gravada em nossas células cerebrais para sempre.
Somos seres emocionais e a partir da significação de nossas memórias sentimos o mundo e reagimos a ele
Há diferença entre emoção e sentimento. A primeira é entendida como comportamento, é a resposta do corpo para situações de estímulo ambiental com relevância emocional. Já o sentimento, é a experiência que acontece na mente sobre o que ocorre no corpo em situação de emoção, atribuindo sentido a aquela vivência emocional.
Como exemplo, podemos pensar na situação de ter que enfrentar novamente o trabalho presencial após o confinamento provocado pela pandemia de Covid-19. Há um certo receio, as lembranças amargas do período longo de distanciamento social começam a surgir, evita-se ficar muito próximo das pessoas e se mais de duas pessoas entram juntas no elevador ou se alguém subitamente espirra, logo alguns aspectos físicos surgem, como batimentos cardíacos acelerados, olhos arregalados, aceleração dos pensamentos e o frio na barriga quando o espirro termina e você percebe que a sua máscara havia caído. Todos esses aspectos são emocionais e comportamentais.
Enquanto isso, na mente das pessoas que estavam no elevador ocorre a vivência do momento, seu desenrolar e um sentido único a cada um dos indivíduos envolvidos na situação, que será influenciado pelas memórias e histórico de vida de cada um. Está sendo desenhado o sentimento da situação vivida, que se tornará memória e talvez mais um circuito neural que será acionado quando uma situação parecida ocorrer novamente ou apenas for lembrada.
O Sistema Nervoso Central é complexo e responsável por várias funções da vida humana. No caso das emoções e sentimentos, podemos ressaltar os circuitos límbicos, localizados mais ao centro do cérebro humano e responsável pela ativação do sistema nervoso autônomo, que além de incitar o comportamento exemplificado acima, também atua sobre os músculos do esqueleto, inclusive nos localizados no rosto humano. Sabe aquelas expressões faciais que ocorrem no seu rosto e entregam o que você está sentindo e pioram ainda mais o clima daquela situação? Então, você encontrou o culpado, não há como disfarçar.
O sistema límbico nos faz reagir de forma espontânea, acionando padrões comportamentais gravados em nosso cérebro ao longo da vida e que nem sempre combinam com o que realmente desejamos que ocorra. Mas há momentos em que a situação vivida é totalmente nova e não se encaixa nos padrões de acionamento automático, será preciso parar e pensar.
Nesses casos entra em cena a região cerebral que nos diferencia de todas as espécies humanas da terra, capaz de impulsionar a realização das mais incríveis invenções; o córtex pré-frontal cerebral.
O dono da razão
O ato de planejar as ações diárias, pensar antes de falar, controlar o comportamento impulsivo, ser criativo, reflexivo, manter a memória de curta duração ativa para não perder o foco e atenção, além da capacidade de pensar no próprio pensar, são funções cerebrais próprias da espécie humana e capazes de dialogar com nosso sistema límbico e demais funções do Sistema Nervoso Central. Essas funções são conhecidas como “Funções Executivas Cerebrais”.
São funções que precisam de treino, estímulo externo frequente, consistente e planejado para seu desenvolvimento pleno. Sua funcionalidade, aliada ao funcionamento cerebral como um todo, determina o comportamento e diferencia o pensamento da espécie humana. É na perfeita sinfonia entre as emoções e as funções executivas cerebrais que habitam as competências socioemocionais.
Como lidar com as emoções após a pandemia?
Diante desse complexo funcionamento cerebral humano que tem como uma das principais portas de entrada as emoções, é preciso pensar com certa urgência em formação específica, técnicas e treinamentos cerebrais que possam dar conta do retorno das pessoas ao “novo normal”. Várias cicatrizes emocionais estarão latentes, confusões mentais momentâneas ou não poderão surgir, sequelas emocionais, comportamentais ou cognitivas terão que conviver em um ambiente totalmente novo, marcado pela história recente.
A Neurociência pode ajudar.
Eu e você podemos juntos (as) trabalhar estratégias de enfrentamento desse momento tão delicado, tendo como base, a Neurociência.
- Formação em equipe ou individual;
- Palestras;
- Consultoria especializada;
- Reprogramação curricular;
- Roteiros de estudos;
- Aprofundamento pedagógico;
- Competências socioemocionais;
- A nova BNCC e o novo normal.
Para mais informações entre em contato pelo site: www.robertabocchi.com.br
Vamos juntos enfrentar o novo normal e fazer dele um recomeço de sucesso.
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Roberta Bocchi
Atualmente é pesquisadora e estudiosa da área de Neurociência aplicada à Educação pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo. Trabalha como Supervisora de Ensino efetiva da Rede de Educação Básica do Estado de São Paulo, onde também desenvolve pesquisas na área de Financiamento Público Educacional, Gestão Escolar e Currículo.
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