Você sabia que a ansiedade é uma função cerebral.
Há algum tempo escrevi um artigo de grande repercussão sobre ansiedade. Afirmei, logo no início do texto, que a ansiedade é uma função do nosso cérebro, que existe enquanto recurso cerebral para antever os possíveis acontecimentos e/ou ações futuras dos seres humanos. É uma função cerebral de defesa humana, pois permite que você faça planos para os próximos dias, meses, anos ou apenas para os próximos momentos, o que garante uma vida possível, mais organizada e de certa forma sob seu controle.
Enquanto as previsões e planos estão sob seu domínio, a ansiedade também está funcionando a seu favor, mas quando o ambiente começa a ficar imprevisível, a ansiedade pode representar um problema, como agora em tempos de quarentena.
O que fazer na quarentena
Para manter sua saúde mental e controlar os níveis de ansiedade, será preciso manter alguns hábitos diários em família, visto que estamos reclusos em casa com nossos familiares. Para que a vida em grupo não eleve ainda mais os níveis de stress e ansiedade, listei abaixo algumas sugestões que podem contribuir para um tempo de qualidade com aqueles que você ama:
- Já que o serviço de casa está sob o comando da família, visto que as ajudantes também estão reclusas em suas residências, aproveite para dividir as tarefas do lar, isso ocupará o tempo de todos, garantirá a saúde do cérebro e do corpo;
- Leve todos para a cozinha e inventem juntos receitas novas, aproveitem o que tem na geladeira e transformem em algo novo, se não der certo ao menos tentaram e se divertiram. Aproveite para nos contar o que deu certo para fazermos também;
- Leia livros e textos que te façam viajar na leitura, online ou em papel. Isso garantirá a saúde de seus neurônios e permitirá que outras conexões cerebrais sejam reforçadas, dando um tempo aos pensamentos estressantes;
- Independente de religião, encontre um momento para se conectar com o Universo e suas forças elementares. Momentos de silêncio e boa respiração, profunda e ritmada, já fazem a diferença. Procure você dentro de você;
- Tire o pijama. Não se entregue ao obscurantismo, isso entristece sua mente. Tente manter uma rotina de horários e atividades, com momentos para você se cuidar.
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E tem mais
- Tome sol, ele é fundamental para a saúde e o funcionamento do nosso corpo. Através do raio ultravioleta B, nosso organismo obtém a vitamina D e, com ela, melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos;
- Faça exercícios físicos diariamente. Alguns profissionais da área de Educação Física estão disponibilizando boas aulas online abertas ao público. O exercício aeróbico contribui para o nascimento de novos neurônios e para a saúde dos já existentes;
- Cuide da sua alimentação. Em situações de tédio, onde seu Sistema Nervoso Central identifica uma imobilidade mental não saudável, o sistema de recompensa cerebral é ativado e é possível que o sujeito ataque a geladeira na tentativa de encontrar fontes indiscriminadas das substâncias dopamina e serotonina, essenciais para o equilíbrio mental. A melhor saída é encontrar uma outra emoção que realmente seja possível de provocar a produção dessas substâncias de forma saudável. A alternativa é ingerir alimentos ricos em proteínas e gorduras saudáveis em quantidades equilibradas, seguidos de atividades que proporcionem momentos alegres;
- Invente, seja criativo, faça trabalhos manuais novos, aprenda algo novo pela internet, execute e depois use. Isso provocará novas conexões neurais e exercitará suas funções executivas cerebrais;
- Durma bem durante a noite. Uma boa noite de sono contribui para a consolidação da memória, para a saúde de todo seu sistema nervoso e de seu sistema imunológico, responsável por proteger seu organismo das doenças.
Lembre-se que tudo passa, o bom e o ruim, isso tudo também passará e nós precisamos guardar boas histórias para contar aos que ainda virão.
E que sejamos nós a contar!
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Roberta Bocchi
Atualmente é pesquisadora e estudiosa da área de Neurociência aplicada à Educação pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo. Trabalha como Supervisora de Ensino efetiva da Rede de Educação Básica do Estado de São Paulo, onde também desenvolve pesquisas na área de Financiamento Público Educacional, Gestão Escolar e Currículo.
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