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Será que nosso cérebro envelhece? O Sistema Nervoso Central humano é um complexo conectoma. A cada estímulo externo milhares de conexões neurais são realizadas e novas aprendizagens podem ocorrer, mas a partir dos 40 anos de idade há um declínio natural tanto do corpo como da mente, sua velocidade irá depender de alguns cuidados e do tipo de vida de cada indivíduo.
A expectativa de vida dos brasileiros sofreu algumas mudanças no último ano, porém, continua sendo alta se comparada há 10 anos atrás. O brasileiro perdeu quase dois anos de expectativa de vida em 2020 por causa da pandemia de covid-19. Em média, bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão 1,94 anos a menos do que se esperaria sem o quadro sanitário atual no país. Ou seja, 74,8 anos em vez dos 76,7 anos de vida anteriormente projetados. Em 1990 a expectativa de vida era de apenas 50 anos.
Um dos primeiros fatores que indicam o declínio natural das funções cerebrais é a falha de memória, chamada de esquecimento senescente benigno. Temos dois tipos de memória; a implícita (não declarativa) e a explícita (declarativa), que são controladas por diferentes sistemas no cérebro e o envelhecimento as afeta de maneira também diferente.
A memória implícita (inconsciente), entendida como a memória que utilizamos para as ações motoras cotidianas, que fazemos de forma automática, como dirigir um carro ou usar a gramática correta, no geral, se apresenta bem conservada na velhice, mesmo nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Já a memória explícita (consciente), entendida como a memória que nos permite lembrar-se de pessoas, lugares e objetos de maneira consciente, apresenta um declínio mais evidente e é precocemente degradada nas pessoas com doença de Alzheimer.
Relação entre exercício físico, sono e memória
O osso é um órgão endócrino e libera um hormônio denominado osteocalcina, que auxilia o aumento de algumas proteínas necessárias para a formação da memória. O fato de a osteocalcina diminuir com o passar dos anos tem consequências para a perda de memória e pode ser mitigado com a prática de exercícios físicos. Quanto mais preservada estiver a massa óssea, maior a chance de liberação da osteocalcina e menor a chance de haver lapsos de memória.
Outro momento importante para a saúde mental é o sono, é durante essa importante fase da vida diária que consolidamos a memória. O cérebro permanece em atividade durante o sono e associa os diversos estímulos e experiências do dia com as memórias já consolidadas, permitindo o surgimento de novas conexões neurais, novos conhecimentos.
É comum que após uma noite de sono alguém diga que teve uma ideia, ou que conseguiu a solução de um problema, ou ainda, que percebeu que o problema não era tão grave como havia pensado no dia anterior. Esse fenômeno é fruto da organização mental que ocorre durante a noite de sono, onde algumas simulações da realidade são consideradas na busca por saídas mais adequadas aos problemas pendentes. O mesmo ocorre com a aprendizagem, os diversos estímulos cognitivos do dia são reorganizados, conectados às memórias já existentes e transformados em novos conhecimentos ou em conhecimentos ampliados.
Todo esse processo é gravemente afetado com a privação de sono, que pode prejudicar, além da memória, áreas importantes do cérebro responsáveis pela atenção e impulsividade. Para manter a saúde cerebral e física é fundamental manter uma boa alimentação, exercícios físicos e interação social.
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