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A criatividade é uma função executiva cerebral, ou seja, trata-se de um processo cognitivo que envolve o controle consciente do pensamento, do comportamento e da tomada de decisões. Depende de estimulação externa para se fortalecer e é acionada quando precisamos dar respostas mais elaboradas a situações diárias que não podem ser respondidas automaticamente.
A capacidade de ser criativo se aplica a todos os seres humanos, podendo se expressar de diversas formas e com diferentes graus de habilidade. Mas para que essa importante competência cerebral possa ser utilizada a favor do desenvolvimento humano, deverá ser estimulada desde muito cedo.
Há estudos científicos demonstrando que o “hemisfério cerebral direito está mais preocupado em reunir ideias, em perceber novas combinações – ou seja, trabalha com aspectos da criatividade” (KANDEL, 2020, p. 117). Já o hemisfério esquerdo está mais relacionado, entre outras funções, com a linguagem e a lógica.
O hemisfério esquerdo responde bem a estímulos vindos de palavras, objetos ou situações sequenciais, que não representam novidades. Já o direito, fica aborrecido com esses estímulos e responde bem a novidades e curiosidades.
A importância do ócio criativo
Tudo começa com a vontade consciente e inconsciente de resolver um determinado problema, que passa pelas ideias possíveis em uma tentativa consciente de resolver a questão seguida de um trabalho mental inconsciente, que geralmente termina com o insight, resultado da conexão de neurônios que trazem a mente a nova ideia. Nesse processo, nem sempre a nova ideia surge enquanto nos debruçamos insistentemente sobre o problema, mas sim, quando nos distanciamos do problema.
Momentos dedicados ao lazer, a hora do banho, o período dos sonhos ou aqueles momentos dedicados ao “nada”, quando deixamos nossa mente livre das cobranças conscientes por resultados, representam ocasiões fundamentais para a criatividade. Quanto mais nos cobramos por resultados rápidos, produtividade a todo tempo e trabalho duro acima de tudo, entediamos o hemisfério direito do nosso cérebro e podamos nossa capacidade criativa, impedindo sua evolução cerebral.
O ambiente familiar e o escolar acabam influenciando grandemente a evolução da criatividade ao longo da vida, pois enquanto função executiva cerebral, se apoia em estímulos robustos para se desenvolver. Aproveitar a janela de oportunidade que vai do zero aos vinte e cinco anos de idade, período de amadurecimento do córtex pré-frontal cerebral humano, é a chave desse desenvolvimento.
O tripé Arte, Educação e Neurociência
É fácil perceber que o conhecimento sobre o funcionamento cerebral, aliado ao ensino da arte dentro de uma educação libertadora é o caminho para formar sujeitos mais criativos e consequentemente mais inteligentes. Torna-se urgente uma estimulação constante, sem barreiras sociais ou hierárquicas, apenas se valendo da capacidade cognitiva de cada pessoa, liberta das amarras impostas por uma sociedade que se mostra cada vez mais com tendência autoritária.
A relação entre Educação, Arte e Neurociência parece ser um caminho possível para a formação de adultos mais criativos e capazes de refletir com sabedoria sobre os desafios impostos pelo mundo moderno. Políticas públicas voltadas para uma Educação que amplie os olhares ao invés de apenas discipliná-los, deve ser a bandeira dos que realmente desejam uma sociedade mais participativa, democrática e cidadã.
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